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Grave delito de assédio às mentes infantis! - 10.02.25


Por Percival Puggina


Leio que alguns estados da federação, começando por Santa Catarina, estão debatendo leis para impedir que professores utilizem músicas ou vídeo clips que façam apologia ao crime, ao uso de drogas ou que contenham conteúdo sexual e erótico nas escolas públicas e privadas do estado. No caso catarinense, a lei já está em vigor e incide sobre educandários públicos e privados, com tratamentos diferentes. Na rede pública, envolve processo administrativo; na rede privada, advertência e multa. Só o ensino superior fica fora das referidas restrições.

Ou uma patologia afetou a pedagogia ou pedagogos enfermos buscaram as salas de aula para exercer militância. Não há outro motivo para que providências legislativas com esse teor se façam necessárias e para que pais interessados na educação dos filhos sejam vistos como intrusos no reino onde o toco de giz é cetro e a palavra do professor é lei. Há uma enfermidade muito perversa fazendo vítimas entre pessoas que abusam da nobre missão de ensinar nossos pequenos.

Quem quer controlar a sociedade e empurrar a história tem que controlar a Educação. Nos primeiros anos deste século, em todo o país, leis estaduais e municipais buscaram impedir a introdução nas escolas da tão pretensiosa quanto anticientífica ideologia de gênero. Acompanhei a votação aqui em Porto Alegre e vi o modo frenético como numeroso grupo de professores e professoras se empenhou em impedir a deliberação. Havia entre eles uma necessidade premente de conversar sobre sexualidade e sobre “gênero” com as crianças. Arre! Não admitiam a vedação que acabou caindo pelas mãos do STF, que se creditou com mais essa importante contribuição à educação nacional...

Enquanto muitas portas ainda estavam fechadas ao tema, ele entrou pela janela das salinhas de aula, de mãos dadas com esse estrupício pretensioso chamado linguagem de gênero neutro. Quem não vê artimanhas totalitárias nisso tudo? Por que agem sempre assim, ignorando as próprias trapalhadas na vida das sociedades? Engels explica: “Como Darwin descobriu as leis da evolução da natureza, Marx descobriu as leis de evolução da sociedade”.

Bingo! Estabelecido o dogma, as mentes marxistas se reconhecem titulares da profecia. Elas sabem onde tudo vai chegar e se desinteressam por qualquer roteiro de viagem que não empurre a história para o futuro idealizado. O sumário de todas as revoluções comunistas formais ou informais – como a que está em curso em nosso país – é o relato da certeza sobre um futuro que precisa das cartilhas e das salas de aula para ganhar continuidade e justificação. Abolir com a família tradicional, “burguesa” (adjetivo empregado por Marx), é parte nuclear da estratégia.
 

Pronto! A confusão, a insegurança e o sofrimento instalados em mentes de crianças e adolescentes só não são percebidos por quem não quer ver. 

A intensa dedicação a esse desserviço levou muitas escolas confessionais, disfarçadas com nomes que são objeto de devoção religiosa, a lançar suas redes sobre as salas de aula. Como não se pode servir a dois senhores, o cristianismo deixa, ali, de ser religião para que o marxismo infunda fé em seus devotos. Esquecem as duríssimas palavras de Jesus dirigidas a quem “escandalizar um desses meus pequeninos...”.

A liberdade de expressão e de cátedra não se confunde com autorização para catequese política, ideológica ou moral. Se o uso do poder para assédio sexual é crime, não tem menor gravidade o seu emprego para assédio mental dos alunos.
 


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IMIGRANTES - 22.01.25


Por Roberto Rachewsky

Imigrante deixou de ser um conceito objetivo relacionado com a realidade de quem se mudou de um lugar para outro, para se tornar um conceito abstrato fervilhando na cabeça de coletivistas militantes xenófobos.

Esses esquecem que estão no país onde vivem porque seus antepassados imigraram para lá, muitos se aproveitando da inexistência de restrições, a não ser a necessidade de quarentena em caso de serem portadores de doenças transmissíveis ou serem notórios criminosos tentando fugir da justiça dos seus países de origem.

Os chamados imigrantes ilegais são fruto de legislação restritiva no país de destino e falta de liberdade e oportunidades no país de origem. As pessoas têm o direito à vida, à liberdade para criar valor em busca da felicidade.

Países não deveriam suprimir esse direito baseado na nacionalidade. Tampouco deveriam SUBSIDIAR IMIGRANTES, como também NÃO DEVERIA, FAZÊ-LO COM OS LOCAIS .

Agora, todo imigrante deveria migrar de corpo e alma. Ou seja, deveria abraçar a cultura, o senso de vida da sociedade para a qual está se mudando, deixando para trás as ideias, crenças e hábitos que fizeram com que ele deixasse sua terra natal.

Questões como religião e filosofia que lhe são peculiares devem ficar restritas ao ambiente privado e devem estar submissas à lei e à ordem da nova terra.

Crentes de religiões que pregam sua supremacia e almejam conquistar as mentes dos que chamam de hereges, usando inclusive a força até para aniquilar quem resiste, esses devem ser deixados do lado de fora pois acabarão apoiando o terrorismo.

Liberdade de consciência e de expressão deve ser garantida pelo governo e respeitada por todos os indivíduos. Querer impor sua visão de mundo à força, via o estado ou não, deve resultar em processo legal, se culpado, prisão ou deportação. 


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PSDB, PT E O FIM DE UMA ERA SOMBRIA


Por Percival Puggina


         Durante um quarto de século, o palco político nacional foi hegemonizado pelo PSDB e pelo PT, numa estratégia que ficou conhecida como teatro das tesouras. A expressão também serve para designar a relação entre bolcheviques e mencheviques durante as preliminares da revolução russa. Eles se combatiam reciprocamente, mas queriam a mesma coisa: a queda do czarismo e a implantação do comunismo – esse fazedor de infernos nascido do casamento do marxismo com os objetivos políticos de Lênin. O comunismo, naqueles dias da tragédia russa, era como cafezinho, podia ser servido amargo à bolchevique, ou adoçado à menchevique.
 
Na versão dessa peça em língua portuguesa para o teatro brasileiro, as duas siglas e seus militantes se combatiam como se Fernando Henrique Cardoso e Lula não fossem bons amigos que trocavam abraços nos bastidores durante as encenações. A peça era muito bem montada e a hegemonia das duas forças partidárias no âmbito das eleições nacionais era absoluta. Por seis vezes consecutivas, elas ocorreram no ambiente que polarizavam, sem dar chance ao surgimento de uma candidatura viável no segmento conservador e/ou liberal. Quem não fosse extrema esquerda votava no candidato saído da convenção do PSDB. Era o que se tinha para comprar nas bilheterias da realidade eleitoral, até surgir Bolsonaro.
 
Foi graças a esse teatro que Lula assumiu a presidência em 2003 e não mais se ouviu falar das denúncias que seus companheiros faziam a seu adversário motivando os muitos pedidos de impeachment encaminhados contra ele. Também graças ao teatro, em 2006, com o escândalo do mensalão dominando as manchetes, FHC desautorizou o pedido de impeachment de Lula, viabilizando com isso a reeleição do amigo.
 
Faço esse breve sumário para trazer à lembrança o longo período durante o qual se firmou essa hegemonia que proporcionou ao PT quatro mandatos consecutivos e uma bancada numerosa no STF.
 


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ESTADO DEMOCRÁTICO DO DINHEIRO - 13.01.25


Por Marcel van Hatten

 

Tivemos, nesta semana, um dos mais relevantes discursos desta nova era digital em que vivemos. Mark Zuckerberg anunciou que a Meta, que inclui Facebook e Instagram, não fará mais a moderação de conteúdo político nas suas plataformas. Agora, assim como já acontece no X com as notas da comunidade, serão os próprios usuários que avaliarão a veracidade de cada informação postada.

 

A eleição de Donald Trump, segundo Zuckerberg, abriu a possibilidade concreta de retomar a liberdade de expressão não apenas nos Estados Unidos, mas também no restante do mundo. Admitindo que a política de moderação de conteúdo existente até aqui acabou gerando censura, injustiça e até mesmo aumentando a intolerância, na mesma oportunidade, o fundador do Facebook fez referência ao nosso STF quando mencionou “cortes secretas na América Latina” que ordenam a retirada silenciosa de manifestações políticas.

 

Uma parte expressiva da imprensa brasileira preferiu descartar tanto a imparcialidade quanto a independência para abraçar-se ao dinheiro público na vã esperança de manter relevância e as empresas rodando

 

Atividades criminosas, porém, obviamente continuarão a ser combatidas. Tráfico de drogas, abuso infantil e terrorismo seguirão sendo tratadas por Instagram e Facebook de maneira rígida e conteúdos que promovam tais crimes serão imediatamente deletados. Foi o que prometeu Zuckerberg, na esteira também do que tem dito com muita clareza Elon Musk desde que comprou o X. O Facebook, porém, assim como o então Twitter, surgiu para dar voz às pessoas. E esta voltará a ser a tônica da plataforma.

 

A mídia tradicional foi rápida na crítica. Aludindo a supostos “discursos de ódio”, “disseminação de fake news”, “ataques à democracia” e outros conhecidos pretextos usados para defender censura, jornalistas brasileiros e no mundo todo criticaram a fala de Zuckerberg sem dó e sem pudor. A linha editorial era a mesma da Secretaria de Comunicação do governo Lula – ou de qualquer governo de matiz autoritária: a liberdade de expressão é um perigo e a ausência de regulação faz mal à “democracia" (leia-se, ao Regime Lulopetista; ou, ao Sistema). Alexandre de Moraes correu a alertar que a Meta, se quiser operar no Brasil, deverá seguir as leis do nosso país. É claro que ele quis dizer, à la Louis XIV, que "la loi, c’est moi” (a lei sou eu).

 

Mas ninguém resumiu tão bem o espírito da mídia brasileira, bem como dos operadores do sistema, quanto a jornalista Natuza Nery. Em um ato falho maravilhoso, ela resumiu bem o que pensam os jornalistas chapa-vermelha sobre o assunto. “As democracias foram feridas. No Brasil, a gente passou por um problema muito sério e que engajou muita gente”, narrou ela sobre a suposta disseminação virtual de opiniões com as quais Natuza não concorda. E qual foi esse problema? "Foi uma tentativa de arrebentar com o Estado Democrático de Dinheiro”, arrematou.

 

Ato falho? Sem dúvida. Mas um ato falho que cunhou a melhor definição para o regime em que vivemos, operado pelo que venho chamando de sistema Lulopetista-STF: o “Estado Democrático de Dinheiro". Se a verba governamental pingar – e, como pingou! – nos caixas das redes de TV, a vocação jornalística é facilmente substituída pela propaganda governamental mais explícita. Se artistas receberem seus quinhões da Lei Rouanet que estavam congelados nos anos de governo Bolsonaro, a Amazônia, mesmo pegando mais fogo do que nunca, não precisa de musiquinha e encenação. E, obviamente, isso tudo tem muito a ver justamente com a ascensão das redes sociais, representadas sobretudo pelas empresas de Mark Zuckerberg e de Elon Musk.

 

A democracia do piti

Desde que o jornalismo tradicional se viu confrontado com a concorrência virtual, o mundo nunca foi o mesmo. Primeiro, com a internet propriamente dita; na última década e meia, com a popularização das redes sociais. Anunciantes caíram drasticamente na mídia impressa, falada e televisionada, pois o meio virtual também passou a vender espaços publicitários. Assinantes perderam cada vez mais interesse em ler meios tradicionais que perderam a relevância anterior, seja pela profusão de notícias gratuitamente disponíveis na internet, seja pela baixa qualidade média do jornalismo tradicional, exposta também pela concorrência online.

 

Em resumo: de fato, o “Estado Democrático de Dinheiro” está sob ataque. Suas bases estão comprometidas. Mas há quem queira salvá-lo e muitos ainda seguem sobrevivendo dele. Uma parte expressiva da imprensa brasileira preferiu descartar tanto a imparcialidade quanto a independência para abraçar-se ao dinheiro público na vã esperança de manter relevância e as empresas rodando.

 

A guinada anunciada por Zuckerberg, obviamente, gera ainda mais preocupação em quem já perde espaço e relevância há tanto tempo. Vem aí uma nova chance para a revolução digital iniciada neste século, trazendo mais liberdade de expressão e mais exposição tanto do autoritarismo de governos quanto do mercenarismo de jornalistas que preferem defender a censura em lugar de respeitar os princípios que norteiam suas nobres profissões. Que seja, de fato, arrebentado o “Estado Democrático de Dinheiro” pela força do próprio mercado e do respeito às liberdades individuais, a começar pela liberdade de expressão.


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DIGA-ME COM QUEM ANDAS - 10.01.25


Por André Burger

 

Hoje a Venezuela empossa Nicolas Maduro como presidente pela terceira vez consecutiva. Ele é presidente desde 2013 sucedendo Hugo Chavez que o foi desde 1999. Numa democracia efetiva se desconfia quando há falta de alternância no poder e por 20 anos são eleitas as mesmas pessoas. Há ceticismo sobre a licitude do processo eleitoral venezuelano desde o início da dupla Chavez-Maduro na presidência.

A OEA declarou que durante a gestão de Maduro foram cometidos crimes contra a humanidade, e a ONU reportou mais de 9 mil pessoas assassinadas pelo seu regime. Em 10 de janeiro de 2019, minutos após Maduro tomar posse perante o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, o STF deles, para o mandato presidencial de 2019 a 2025, a OEA, em reunião extraordinária do Conselho Permanente, aprovou uma resolução que declarava Maduro como presidente ilegítimo da Venezuela, pedindo novas eleições. Em 26 de março de 2020, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, emitiu um mandado de prisão contra Maduro por acusações relacionadas ao tráfico de drogas com uma recompensa de 15 milhões de dólares.

Maduro alega ter vencido as eleições de 28 de julho de 2024, o que lhe garantiria a posse de hoje Porém nunca foram apresentadas as atas de fechamento de urna que comprovariam sua vitória. Algo que foi demandado pela oposição venezuelana e a comunidade internacional. Ao contrário, o candidato da oposição, Edmundo Gonzales, apresentou documentos que mostram a vitória dele, Gonzales. Em continuidade, é perseguido pelo Ministério Público venezuelano, obrigando-o, primeiro, a se refugiar na embaixada da Holanda e, depois, na casa do embaixador da Espanha que promoveu sua fuga e exílio na Espanha. A União Europeia não reconhece o resultado oficial das eleições na Venezuela que elegeram Maduro presidente. Está claro que houve fraude e foi imposta repressão à oposição, com desaparecidos, mortos e autoexilados. Ontem, 9 de janeiro, Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, foi presa.

Existem 193 países no mundo. Desses, apenas 20 reconhecem a eleição de Maduro. Entre eles, ou são ditaduras como China, Rússia e Irã ou são países insignificantes como São Tomé e Príncipe, ou ambos como Coreia do Norte, Cuba e Nicarágua.

Para nós brasileiros, importa que venezuelanos continuarão a chegar no Brasil como refugiados. Já são mais de 8 milhões de pessoas que deixaram a Venezuela desde que Chavez implantou a ditadura socialista em 1999, sendo que 1 milhão veio para o Brasil.

A amizade de Lula com o ditador venezuelano é sabida. Num primeiro momento nossa diplomacia não reconheceu a eleição de 2024. O governo brasileiro havia condicionado o reconhecimento da eleição de Maduro a apresentação das atas eleitorais, o que não aconteceu. Agora, está confirmada a representação oficial desse governo na cerimônia de posse, através da embaixadora em Caracas, Glivânia de Oliveira. Por conseguinte, o governo Lula reconhece a validade das eleições, pois de outra forma não se faria representar.

Lula, no dia 08 último, se disse amante da democracia. Escolheu o termo com precisão, pois nunca esposou a democracia, apenas teve casos com ela. Faço ideia que tipo de amante ele é, daqueles que terminam com a amásia na delegacia. Isso é sintomático, pois Lula sempre foi amigo de conhecidos estupradores da democracia, entre eles os Castro, Gaddafi, Ortega, Ahmadinejad. É preciso lembrar a ele o que é democracia. Para Lula, PT e seus asseclas a democracia está mais próxima daquilo que ditaduras costumam ser. Consideram Cuba e a própria Venezuela países democráticos, por exemplo. Vale lembrar que diversos países que têm democracia no nome são ditaduras: a República Democrática da Coreia (Coreia do Norte), a República Democrática do Congo, a extinta República Democrática Alemã (Alemanha Oriental).

De qualquer forma, a defesa da democracia de Lula, e daquele 1 milhão de pessoas que assinou a Carta pela Democracia, em agosto de 2022, não é a democracia do respeito aos direitos individuais, ao direito de propriedade e ao estado de direito ("rule of law"). A democracia deles é a tirania da maioria, como se bastasse a maioria decidir para que a minoria deva obedecer. Essa democracia viola o direito das minorias e a menor minoria é o indivíduo; portanto, há direitos invioláveis que mesmo a maior das maiorias não poderia destituir. A verdadeira democracia é a que permite e respeita a existência das minorias.

Aos que pensam diferente, a título de conhecimento e não de doutrinação, sugiro a leitura do livro de Hans-Hermann Hoppe, “Democracia, o Deus que Falhou”.


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